O reajuste das tarifas de gás canalizado, autorizado em dezembro pela Arsesp, agência reguladora do Estado de São Paulo, foi mais alta para o setor industrial, mas mesmo assim o insumo continua a ser mais vantajoso que o gás LP (mais conhecido como gás de cozinha) para essa classe de consumo.
A diferença de preços compensa a diferença de poder calorífico entre as duas fontes. O gás derivado do petróleo passa a ser mais vantajoso para menores volumes, o comércio é a primeira classe que já vale a pena optar pelo energético, isso na cidade de São Paulo, no interior o preço está muito próximo.
Para a indústria de pequeno porte cujo volume consumido fica na casa de 50 mil metros cúbicos ao mês o GN é 64,45% mais caro, já para grandes consumidores da indústria, acima de 1 milhão de metros cúbicos, o valor da conta é 145,3% mais alto se há a utilização do gás liquefeito de petróleo. Esses cálculos valem para a Comgás. Já no caso da Gás Brasiliano, controlada pela Petrobras e que atua em 12 cidades do interior, as diferenças estão em 71,8% e 136,15%, respectivamente.
De acordo com o especialista em energia térmica da entidade que representa grandes consumidores de energia (Abrace), Rodolfo Danilow, o Gás LP pode ser utilizado na indústria como um "backup" naquelas empresas que não podem desligar suas máquinas ou precisam de um sistema redundante de fornecimento de gás. "Apesar de o Brasil ter o preço do gás natural três vezes mais caro que o dos Estados Unidos, por exemplo, o GLP ainda não possui competitividade para substituir o GN nas empresas", afirmou ele. "Atualmente, o preço do GN é de US$ 12 por milhão de BTUs, mais impostos e a distribuição."
Quando se analisa o consumo de menor volume de gás, como em lojas e residências, a vantagem do gás natural cai e aí o uso do Gás LP se mostra levemente mais vantajoso. No caso da distribuidora da região metropolitana de São Paulo, está cerca de 4% mais barato enquanto no interior do estado essa diferença é revertida a favor do GN com preço cerca de 10% menor, isso para consumo de 1 mil metros cúbicos ao mês. Quando a comparação é na casa 100 metros cúbicos, na área da Comgás o valor da conta fica a favor do GN enquanto na Gás Brasiliano a diferença é de pouco mais de 1,5% a favor do GLP.
A granel
Não é à toa que no passado praticamente 100% das vendas das distribuidoras do gás de cozinha estavam concentradas no mercado residencial. Esse perfil, porém, mudou, e todas as maiores companhias possuem áreas específicas para atender a essa demanda crescente. Esse é o caso de Ultragaz, Liquigás e SHV (detentora das marcas Supergasbras e SHV). Juntas são responsáveis por quase 70% do mercado brasileiro de acordo com o Sindigás.
Cada uma delas apresenta áreas para distribuir o Gás LP a granel aos mais diversos segmentos consumidores. Mas não detalham o setor desses clientes, indicam que o insumo pode atender desde o comércio e pequenas empresas até grandes polos industriais. Nesse último caso, na visão da Abrace, faz mais sentido as operações de empresas que necessitam do GLP para as operações ou na falta de infraestrutura.
Dentre as três a única que divulga seus números é a Ultragaz, pioneira do setor e que, segundo os dados referentes ao último balanço divulgado, de janeiro a setembro, o setor de granel cresceu 4%, respondendo por 31% das vendas da companhia. Esse indicador tende a mudar porque a empresa adquiriu em outubro de 2011 a unidade da Repsol, que atua no mercado a granel.
Residencial
Na classe de consumo residencial o GLP se mostra mais vantajoso, ainda mais depois do reajuste. Apesar da tarifa da Comgás não ter sido alterada em dezembro, o volume equivalente ao botijão de 13 quilos (15,73 metros cúbicos) ainda está cerca de 30% mais barato. Já no caso da Gás Brasiliano essa diferença é de 49,3%. Quando se avalia o uso residencial coletivo, o preço na área de concessão da Comgás fica em linha nas duas fontes e 153,9% mais caro na Gás Brasiliano, segundo ANP.
Alta do gás natural leva indústria a rever insumos
O reajuste das tarifas de gás natural (GN), autorizado em dezembro pela Arsesp, agência reguladora do Estado de São Paulo, foi mais alto para o setor industrial, mas mesmo assim este insumo continua a ser mais vantajoso que o gás liquefeito de petroléo (GLP, conhecido como gás de cozinha) para essa classe de consumo.
A diferença de preços compensa a diferença de poder de queima entre as duas fontes. O GLP passa a ser mais vantajoso para menores volumes. Comércio é a primeira classe em que já vale a pena optar pelo energético - isso na cidade de São Paulo; no interior o preço está muito próximo. Para a indústria de pequeno porte, cujo volume consumido fica na casa de 50 mil metros cúbicos por mês, o GN é 64,45% mais caro. Para grandes consumidores da indústria, acima de 1 milhão de metros cúbicos, a conta é 145,3% mais alta se for utilizado gás liquefeito de petróleo. Os cálculos valem para a Comgás. No caso da Gás Brasiliano, que atua em 12 cidades, as diferenças chegam a 71,8% e 136,15%, respectivamente.
FONTE: DCI
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