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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Justiça Federal suspende licitação de exploração de gás de xisto no oeste paulista


A Justiça Federal suspendeu os efeitos da licitação que liberou a exploração de gás de xisto na bacia do rio Paraná, no oeste paulista. A decisão atende a pedido liminar do Ministério Público Federal em Presidente Prudente, uma das áreas onde estão localizados os blocos licitados. A Justiça também proibiu a a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de promover novas licitações para exploração do combustível na região enquanto não houver prévia regulamentação pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e a realização de estudos de impacto ambiental, entre eles a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar – AAAS.

A decisão exige a execução de estudos técnicos e científicos que demonstrem a viabilidade do uso da técnica de fraturamento hidráulico para extração do gás de xisto em solo brasileiro. O processo utiliza jatos de água sob pressão para quebrar as rochas sedimentares a milhares de metros de profundidade, onde está localizado o combustível. A água é misturada com areia e centenas de produtos químicos que mantêm as fraturas abertas e permitem a extração do gás.

A Justiça acolheu os argumentos do MPF de que a adoção do fraturamento hidráulico pode gerar impactos ambientais incomensuráveis, além de representar um perigo à saúde humana. A técnica levaria à poluição do solo e dos lençóis freáticos, incluindo o Aquífero Guarani, reservatório de água doce estratégico para as gerações atuais e futuras. Traria ainda riscos de abalos sísmicos e de contaminação das Unidades de Conservação localizadas próximo ao local de exploração. Outro problema apontado é a grande quantidade de água necessária para a operação do fraturamento hidráulico, o que, juntamente com a poluição, afetaria a agropecuária, principal atividade econômica da região, e traria riscos à segurança hídrica já em crise no Estado de São Paulo.

Outro lado
A ANP argumentou que o objetivo da licitação era produzir conhecimento geológico sobre as áreas e que o termo “exploração” foi utilizado com o sentido de “pesquisa”. Segundo a agência, a realização de análises ambientais prévias pelo Estado traria pesado ônus aos cofres públicos, por isso os estudos seriam realizados na fase de “exploração / pesquisa” e custeados pelas empresas vencedoras da licitação, no caso a Petrobras, Petra Energia S.A. e Bayar Empreendimentos e Participações LTDA.. Além disso, ainda de acordo com a ANP, “há incerteza sobre se a exploração resultará na descoberta de hidrocarbonetos”.

Tais argumentos acabaram servindo para corroborar a suspensão da licitação, já que, segundo a Justiça, não se sabe qual a parcela do patrimônio natural brasileiro será concedida a um particular para exploração. A decisão também considera que as empresas que se sagraram vencedoras no processo licitatório poderão suportar sérios prejuízos com o início da exploração devido aos altos investimentos necessários. “Não se pode perder de vista que a Petrobras, definhada pela corrupção que se instalou em suas entranhas no atual Governo, amarga sua pior crise financeira e de credibilidade, sendo, portanto, prudente que não se aventure em realizar investimentos em área que não foi objeto do devido esmero técnico e ambiental”, afirma o documento.

fonte:https://portogente.com.br/noticias-do-dia/justica-federal-suspende-licitacao-de-exploracao-de-gas-de-xisto-no-oeste-paulista-84958

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Justiça de SP suspende leilão de 5 blocos de gás na Bacia do Paraná


RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça Federal de São Paulo determinou a suspensão do leilão de cinco blocos exploratórios na Bacia do Paraná com potencial para extração de gás de xisto, arrematados na 12ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O Ministério Público Federal (MPF), autor da ação, alegou que a licitação realizada pela ANP para exploração de gás de xisto trouxe risco sério de dano ambiental.

A decisão liminar foi proferida pelo juiz federal Ricardo Uberto Rodrigues, titular da 5ª Vara Federal em Presidente Prudente, São Paulo, de acordo com nota enviada pelo tribunal.

A 12ª Rodada da ANP, que aconteceu no fim de 2013, licitou áreas com potencial para produção de gás natural convencional e não convencional, conhecido em alguns lugares como gás de xisto.

Dos cinco blocos, dois foram 100 por cento arrematados pela Petrobras e os outros três por um consórcio formado pelas brasileiras Petra e Bayar, cada uma com 50 por cento. De acordo com site da ANP. No total, a União arrecadou mais de 10 milhões de reais por esses blocos.

Para extrair gás não convencional é preciso usar a técnica de fraturamento hidráulico, que consiste na explosão de rochas subterrâneas, além da injeção de produtos químicos e água no solo. A atividade é polêmica no Brasil e no mundo devido a seus riscos, ainda pouco estudados no país.

O juiz Ricardo Rodrigues explicou que, embora o referido gás seja uma importante fonte energética para o abastecimento da indústria e desenvolvimento do país, “é necessário que ocorra de forma sustentável, de modo a não degradar o meio ambiente ou se evitar ao máximo sua degradação, preservando-se os recursos naturais para as gerações futuras”.

Na decisão, a Justiça também proibiu que a ANP de realizar novas licitações na área que demandem fraturamento hidráulico, enquanto não houver a realização de estudos que demonstrem a viabilidade do uso desta técnica no solo da região.

Após a realização da 12ª Rodada, muitos Estados começaram a questionar os métodos necessários para a exploração dos recursos de gás, já que se encontram de forma dispersa no subsolo e exigem técnica de fraturamento.

A Justiça em alguns Estados também já determinou a suspensão da licitação de blocos.

A Justiça do Paraná foi um deles, suspendendo a licitação de 11 blocos na mesma Bacia, mas que ficavam dentro de suas fronteiras. Também a pedido do MPF na Bahia, a Justiça Federal determinou, em caráter liminar, a suspensão da licitação de 30 blocos licitados no Estado.

(Por Marta Nogueira)

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Exploração do gás de xisto no Oeste Paulista preocupa MPF

Ação civil pede a suspensão dos efeitos da 12ª rodada da ANP.
Blocos exploratórios estão sob 37 municípios da região.

Do G1 Presidente Prudente

O Ministério Público Federal está preocupado com a exploração do gás de xisto no Oeste Paulista, devido a degradação ao meio ambiente. A ação civil pública com pedido de liminar, que pede suspensão dos efeitos da licitação realizada no ano passado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que leiloou a exploração de gás de xisto na bacia do Rio Paraná.

De acordo com o procurador da República, Luís Roberto Gomes, “o MPF pede a suspensão dos efeitos da 12ª rodada da ANP e a suspensão dos contratos de concessão entre os contatos firmados entre a Petrobrás, a Bayar e a Petra Energia, tendo em vista os blocos exploratórios da região de Presidente Prudente, presentes no Estado de São Paulo”.

São cinco blocos que estão no Oeste Paulista, em uma área de 11.090,21 km². Os blocos estão sob 37 municípios das regiões de Presidente Prudente, Dracena e Tupã, e foram arrematados por R$ 10,2 milhões, em um investimento previsto em R$ 55 milhões.

O xisto é um gás natural, barato e que é utilizado principalmente por indústrias e para geração de eletricidade. O gás está concentrado em uma camada profunda de rochas impermeáveis e de difícil acesso. Nos últimos anos, a exploração deste combustível cresceu, principalmente nos Estados Unidos da América (EUA), mas em outros países, ela foi proibida por causa dos danos causados ao meio ambiente.

De acordo com o Ministério Público Federal, a técnica utilizada para fazer a extração do gás coloca em risco os recursos hídricos, localizados na bacia do Rio Paraná. O procurador da república disse que ainda faltam estudos específicos sobre os impactos que o processo poderá causar à região.

“Nenhum estudo com a profundidade necessária com a avaliação ambiental de áreas sedimentares, de forma que não se sabe os efeitos da exploração de gás de xisto na região”, disse o procurador da República. Ele acrescenta ainda que “isto viola o princípio da precaução ao tempo e também não obedece o princípio do desenvolvimento sustentável”.

O processo chamado de "fraturamento hidráulico" consiste na perfuração do solo com uma sonda a mais de 3 mil metros de profundidade. Além disso, para obter o xisto é necessário provocar explosões e, injetar no solo, uma mistura de areia, água e compostos químicos, que criam fissuras nas rochas permitindo que o gás escape. Este processo controverso libera no lençol freático boa parte dessas substâncias e, de acordo com os ambientalistas, colocam em risco a saúde da população e também a atividade econômica.

O advogado ambientalista Carlos Arraes ponta que o processo “vai trazer grandes transtornos ambientais, na forma de como isso será explorado”. “A tecnologia moderna ainda não descobriu como explorar o xisto e o gás sem danificar e sem causar danos ao solo, à água e ao lençol freático. Isso vai ser explorado em cima do lençol freático, que é o aquífero guarani, e causa um grande risco nesse sistema de exploração".

Para o presidente da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema, Ênio Magro, os municípios estão preocupados com a preservação ambiental dos recursos hídricos e por isso, são contra a exploração. “O comitê fez um estudo, tentou se aprofundar e fez uma moção, que foi contrária no sentido de que a preservação dos recursos hídricos aconteça”, destacou.

“A preocupação com a possível poluição do lençol freático, sobre tudo os aquíferos, nós precisamos de mais estudos, que possa dar condições para saber dos impactos ambientais. O comitê continua observando para evitar essa poluição e, se acontecer, que aconteça com toda segurança", acrescentou o presidente da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema.

Por meio de nota, a ANP disse que houve a devida manifestação positiva do órgão estadual ambiental competente e, caso venha ocorrer a exploração, ela será feita de acordo com as melhores práticas da indústria mundial e com respeito ao meio ambiente.

domingo, 6 de julho de 2014

Indefinições no gás de xisto

Blog de CELSO MING

Graças à produção de petróleo e gás a custos muito baixos, a partir do fraturamento hidráulico do xisto, os Estados Unidos passam por uma revolução energética

Após 40 anos, os Estados Unidos começam a reabrir as exportações de petróleo bruto.

No dia 24, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos autorizou as primeiras operações de embarque, proibidas desde o embargo imposto pelos árabes pelo apoio dos Estados Unidos a Israel na Guerra do Yom Kippur, em 1973. As exportações ainda são insignificantes, mas devem ser vistas como parte de um processo de flexibilização. Se confirmada, essa decisão terá grande impacto econômico e geopolítico, com consequências também sobre o Brasil.

Graças à produção de petróleo e gás a custos muito baixos, a partir do fraturamento hidráulico (fracking) do xisto, os Estados Unidos passam por uma revolução energética. Estão à beira da autossuficiência de petróleo e de gás. Com esse horizonte, empresas de petróleo pressionam o Congresso americano para autorizar a reabertura das exportações de óleo bruto para, assim, viabilizar investimentos e garantir mercado externo para aumentos de produção.

Essas novas condições muito próximas de dispensar o suprimento externo de petróleo podem ajudar a explicar o relativo desengajamento dos Estados Unidos nos conflitos do Oriente Médio, mais especialmente nesta crise que ameaça implodir o Iraque. Ou seja, a revolução do xisto nos Estados Unidos começa a ter impacto geopolítico.

A provável reabertura das exportações de óleo cru nos Estados Unidos deverá produzir duas consequências para o Brasil. A primeira será o relativo desinteresse das empresas globais de petróleo pela produção brasileira. Nos Estados Unidos, contam com mais estabilidade nas regras do jogo, abundante infraestrutura a custos mais baixos e enorme cadeia de fornecedores de equipamentos de exploração. A segunda consequência tende a ser a manutenção (ou até a redução dos preços) do gás natural nos Estados Unidos. É fator que tenderá a atrair mais investimentos industriais, especialmente de unidades eletrointensivas como química básica, metalurgia dos não ferrosos, vidro e cerâmica.

Ou seja, um dos riscos para o Brasil é a perda de investimentos não só para os Estados Unidos, mas, também, para o Canadá e o México, que fazem parte do mesmo bloco comercial, o Nafta.

Por enquanto, o governo brasileiro concentra suas fichas no aumento da produção de gás do pré-sal. Mas aí os custos (e os preços) tendem a continuar elevados. O primeiro leilão de concessões de exploração de gás de xisto foi realizado em novembro de 2013. Mas os investimentos estão ameaçados porque enfrentam indefinições das regras. No início de junho, a Justiça Federal acolheu pedido do Ministério Público de suspensão da 12.ª Rodada de Licitações. O argumento é de que faltam informações sobre a magnitude dos riscos ambientais associados à técnica de fraturamento hidráulico, o que poderia comprometer “em caráter irreversível” o Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo. Recurso da Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi rejeitado em caráter liminar. A ação tramita na 1.ª Vara Federal de Cascavel.

Enquanto essas dúvidas não forem dirimidas de vez, é difícil de prever avanço da exploração de gás de xisto no Brasil.

CONFIRA:

Pressões na Alemanha

A Alemanha também enfrenta o dilema de incrementar ou não a exploração do gás de xisto. A técnica de fraturamento hidráulico (bombardeio do xisto por uma mistura de água, areia e produtos químicos a alta pressão) vem sendo usada no país há mais de 50 anos, mas com pouca intensidade. A forte concorrência energética dos Estados Unidos e as dúvidas sobre a garantia de suprimento de gás da Ucrânia vêm levando as companhias energéticas a pressionar o governo alemão para dinamizar a exploração.

O outro lado

Na outra ponta, estão os organismos ambientalistas e as cervejarias que vêm fazendo forte campanha contra, porque temem a contaminação dos lençóis freáticos.

Vai parar?

O governo alemão parece mais propenso a suspender as perfurações até que estudos mais aprofundados verifiquem os riscos do processo ou que novas tecnologias mais seguras substituam a atual.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Reino Unido dará apoio para ANP desenvolver regulação em gás não convencional


Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira

O Reino Unido e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciaram hoje (26), no Rio de Janeiro, uma parceria, com duração de um ano, com o objetivo de ajudar o órgão brasileiro a desenvolver uma regulação para exploração segura e sustentável de gás não convencional. O anúncio foi feito pelo cônsul-geral adjunto no Rio de Janeiro, Matt Woods, durante o seminário promovido pelo consulado britânico que discutiu novas tecnologias na área de petróleo e gás.

“É um projeto que vai no sentido de trocar experiências na área de regulação entre o Reino Unido e o Brasil. Esse projeto une acadêmicos, empresários, especialistas na área de regulação. Nós, no Reino Unido, estamos passando mais ou menos pela mesma etapa, na área de exploração e no desenvolvimento do gás não convencional. Então, temos experiências que acreditamos possam ser relevantes para a ANP”, disse o cônsul, em entrevista à Agência Brasil.

O cônsul explicou que, durante a parceria, haverá seminários, elaboração de relatórios e conversas. “É assim que a gente gosta de fazer negócios com o Brasil. Não é questão de o Reino Unido vir aqui com uma solução ou ideias fixas. Nós temos algumas experiências interessantes e precisamos entender o contexto local, aprender também o que o Brasil tem feito, por exemplo, na área de exploração de petróleo em águas profundas. O Brasil é líder mundial em exploração nisso”, analisou.

A superintendente adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da ANP, Tathiany Moreira, disse que a experiência do Reino Unido vai ajudar o Brasil. “Nós estamos em uma etapa ainda muito incipiente do gás não convencional, então é importante. Agora, que isso seja bem mais estudado, para que a nossa regulação reflita já uma preocupação e solução que já estão sendo dadas em outros países. Que a gente consiga aproveitar o aprendizado dos outros países que estão adiante nessa experiência, para apoiar o nosso desenvolvimento em gás não convencional”, explicou à Agência Brasil.

O gerente-geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia da Produção do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, Luiz Augusto Petrus Levy, disse que a empresa tem previsão de investir no setor. Atualmente, há apenas projetos no sul do país para exploração de hidrato de metano, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Já houve alguns resultados interessantes. Não sei se já tem escala para ser comercialmente viável. Uma parceria com o Reino Unido, que tem experiência nisso, é interessante”, contou à Agência Brasil.

De acordo com entidades técnicas e ambientais, a extração do gás não convencional, como o gás de xisto (shale gas), pode acarretar riscos de contaminação dos aquíferos e prejudicar o uso humano, porque precisa ser retirado diretamente da rocha, que é fraturada, o que pode provocar vazamento. Em carta aberta, divulgada no final do ano passado, elas criticaram a falta de regulamentação e pediram que o gás não convencional fosse retirado de licitação da ANP.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Comissão rejeita suspensão de leilão para explorar gás natural e de xisto

A Comissão de Minas e Energia rejeitou o Projeto de Decreto Legislativo 1409/13, dos deputados do Psol Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP), que susta normas do governo federal que garantiram a venda de blocos para exploração de gás natural e gás de xisto.

As normas que a proposta quer sustar são a Resolução 6/13, do Conselho Nacional de Política Energética; a Portaria 181/13, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); e o Edital da 12ª Rodada de Licitações para a outorga dos contratos de concessão, ocorrida em novembro de 2013.
A ANP arrecadou, na 12ª rodada, R$ 165,2 milhões em bônus de assinatura de contratos de concessão. Dos 240 blocos ofertados, foram arrematados apenas 72 para exploração de gás em terra, distribuídos em sete bacias. A Petrobras levou a maioria (49) sozinha ou em consórcio.
De acordo com o relator, deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR), a ANP é o órgão técnico responsável pela exploração de gás e realizou debates prévios antes de decidir sobre a exploração. Sciarra afirmou que a exploração do gás de xisto pode beneficiar a sociedade, em especial a população carente, pela redução no preço do gás de cozinha e da energia elétrica, nas usinas termelétricas.
“Não se trata exclusivamente da questão ambiental, mas também da exploração de uma fonte de energia barata e limpa, com potencial para suprir grande parte de nossa demanda por décadas”, ressaltou Sciarra. O relator afirmou que a legislação atual já tem de salvaguardas suficientes para garantir a proteção ao meio ambiente.
O Aquífero Guarani, maior fonte de água doce da América do Sul, é situado logo acima de boa parte das reservas de xisto da bacia do Paraná.
Antes do leilão de novembro, várias entidades sociais defendiam que fossem feitos estudos mais aprofundados sobre o impacto da exploração do gás de xisto, o que não ocorreu.
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Fraturamento hidráulicoA técnica para extração dos gases é o chamado fraturamento hidráulico. A diferença entre essa técnica e a perfuração tradicional é que ela consegue acessar as rochas sedimentares de xisto fino no subsolo e, consequentemente, explorar reservatórios que antes eram inatingíveis. Por uma tubulação imersa em quilômetros no subsolo é despejada uma mistura de grandes quantidades de água e solventes químicos comprimidos. A grande pressão provoca explosões que fragmentam a rocha.
“Embora inédito no Brasil, o fraturamento hidráulico vem sendo usado com sucesso em diversos países, em especial nos Estados Unidos”, disse.

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Tramitação
A proposta ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para análise do Plenário.
Fonte: Agência Câmara/ Ambiente Energia

segunda-feira, 24 de março de 2014

Exploração de novos campos de gás natural no Paraná deve ficar para 2015

Atraso na assinatura dos contratos de concessão retarda investimentos de R$ 174 milhões

Por CÍNTIA JUNGES
Inicialmente prevista para o mês passado, a assinatura dos contratos de concessão de 11 blocos de gás natural convencional e não convencional (o gás de folhelho, popularmente conhecido como gás de xisto ou shale gas) no Paraná deve ocorrer somente em junho, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A demora na oficialização das concessões vai retardar o início dos investimentos para o segundo semestre de 2014 ou até mesmo para o próximo ano. A previsão é que R$ 174 milhões sejam aplicados ao longo de quatro anos.

Confira o funcionamento da tecnologia de extração

Antes da assinatura dos contratos, as empresas vencedoras do leilão realizado no fim de novembro de 2013 não podem fazer qualquer tipo de movimentação nos campos. Elas também aguardam a resolução da ANP que vai estabelecer um regime de segurança operacional específico para as atividades de fraturamento hidráulico (fracking), a técnica utilizada para explorar o gás de folhelho. Segundo a agência, o documento está em fase final de elaboração. Ao todo, a ANP arrecadou R$ 21,5 milhões em bônus de assinatura com os blocos leiloados no Paraná.

A Petrobras informou que, por enquanto, apenas estudos geológicos e geofísicos estão sendo planejados para serem executados após a assinatura dos contratos. No Paraná, a empresa arrematou cinco blocos em um consórcio com a Cowan e mais dois blocos sozinha. No total, a Petrobras ficou com 70% dos 72 blocos leiloados em todo o país na 12.ª rodada de licitações.

Prioridade

A Copel – que arrematou quatro blocos em um consórcio formado com as empresas Petra, Bayar e Tucumann – espera iniciar a exploração de gás até meados do próximo ano. “Nossa prioridade é a exploração do gás convencional para ofertar ao mercado e também como fonte para geração de energia”, afirma o presidente da Copel, Lindolfo Zimmer.

“Até o final deste ano ou começo do próximo, o consórcio formado pela Copel, Petra, Bayar e Tucumann poderá produzir gás convencional no campo de Barra Bonita, no município de Pitanga, que abriga uma reserva de gás já conhecida. No caso do shale gas, o primeiro poço deve ser perfurado em 2016”, diz Paulo Cesar Soares, geólogo e pesquisador da UFPR.

Para poder explorar o gás natural, as empresas terão de obter licença do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e negociar direito de passagem e uso com os donos das terras. As empresas podem encontrar resistências dos proprietários das terras, principalmente por causa das informações que envolvem o método de exploração do gás de folhelho. Um dos riscos é a contaminação de lençóis freáticos e aquíferos. “Muitas questões só poderão ser respondidas na medida em que as empresas iniciarem, de fato, a prospecção e a exploração do gás”, afirma Soares.

A exploração dos 11 blocos arrematados deve atingir mais de 100 municípios paranaenses da Região Oeste, que é uma importante região agrícola do estado.

Dificuldade

Baixo conhecimento geológico dos campos de folhelho preocupa especialista

A maior parte das informações que temos sobre o shale gas foi disseminada a partir da experiência dos Estados Unidos na exploração do combustível. Para Paulo Cesar Soares, geólogo e pesquisador da Universidade Federal do Paraná, algumas diferenças importantes separam o Brasil da realidade norte-americana na exploração do gás de folhelho.

“Sabe-se, por exemplo, que o Paraná é o estado com maior potencial para a exploração do shale gas, mas nosso nível de conhecimento geológico é muito precário em relação ao que eles [americanos] tinham quando começaram a explorar. Além disso, lá [nos EUA] existem milhares de perfurações do sistema de exploração de gás convencional. Aqui, partiremos praticamente do zero”, explica. Segundo Soares, a área de interesse para a exploração do shale gas no Paraná é justamente a que tem a menor quantidade de informações disponíveis. Não se sabe exatamente qual é a espessura dos folhelhos.

Matéria orgânica

Outro detalhe importante é que o teor de matéria orgânica presente nos folhelhos – que é importante para a formação do gás – é considerado baixo no Brasil. Entre 1% e 3% do volume da rocha são ocupados pelo gás na forma líquida. Nos EUA, o porcentual oscila entre 4% e 8%. “É uma diferença grande que pode ser muito significativa do ponto de vista da viabilidade econômica”, afirma Soares. Segundo ele, metade de toda a produção do poço ocorre nos primeiros dois anos de exploração. Depois, a produção cai e estabiliza.

6,9 trilhões de metros cúbicos é o tamanho estimado da reserva de gás de folhelho no Brasil, segundo estudo recente da Agência Internacional de Energia. O Brasil aparece entre os 10 países com as maiores reservas nacionais do gás não convencional.
Reserva
Profundidade minimiza riscos ambientais, mas amplia custo de exploração
Enquanto no Paraná os folhelhos encontram-se entre 3,5 mil e 4,5 mil metros, nos EUA, na fase inicial, havia produção a 200 metros, muito próxima da superfície e dos lençóis freáticos. Se a grande profundidade dos folhelhos para a exploração é um dificultador em relação ao custo – quanto mais profundo o poço, mais cara é a perfuração –, também é uma grande vantagem do ponto de vista ambiental.
“A uma profundidade dessas, o risco de ocorrer alguma contaminação no Aquífero Guarani é mínimo, eu diria até inexistente”, diz o geólogo Paulo Cesar Soares. Segundo ele, na região com potencial para o gás de folhelho no Paraná, o Aquífero Guarani está numa profundidade de 1,5 mil a 2 mil metros e a água é salina.
Para os ambientalistas, a questão é bastante delicada, pois uma possível contaminação do Aquífero Guarani afetaria não apenas o Brasil, mas também o Paraguai, Uruguai e Argentina. Para Zuleica Nycz, conselheira do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), uma série de incertezas precisa ser respondida. “Não há consenso nem mesmo sobre quem vai licenciar a exploração. Os estados ou a União?” Para ela, a fragilidade dos órgãos ambientais estaduais deixa claro que a resolução do fracking não pode ficar a cargo do Instituto Ambiental do Paraná.
Avaliação
Inclusão do shale gas no leilão foi precipitada, dizem especialistas
O governo federal se precipitou ao incluir o gás de folhelho na 12ª Rodada de Licitações da ANP, segundo especialistas. “Foi uma decisão mais política do que técnica. Talvez, uma forma de compensar as limitações do pré-sal, que é um investimento com retorno demorado”, afirma Paulo Cesar Soares, geólogo e pesquisador da UFPR. Na avaliação dele, uma decisão mais técnica exigiria que o próprio governo, por meio da ANP, aprofundasse os estudos sobre o volume de gás de folhelho disponível no Brasil e a sustentabilidade dos blocos ofertados. “Apesar dos estudos preliminares, não sabemos exatamente qual o potencial dos blocos de gás de folhelho”, acrescenta.
Na avaliação do advogado Cid Tomanik Pompeu Filho, especialista no mercado de óleo e gás, a questão crucial e que merecia maior aprofundamento é a viabilidade econômica. “O grande problema do Brasil hoje é o preço do gás. O shale gas, cuja exploração impõe sérias restrições, vai mesmo sair mais barato?” questiona. Para ele, o Congresso precisa discutir a criação de uma lei específica que regulamente a exploração desse gás. “Do ponto de vista ambiental, as leis existentes não contemplam a complexidade e os riscos dessa fonte de energia”, afirma.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Boom do gás de xisto prejudica lucro das petroquímicas brasileiras


Por Silvio Cascione
Agência Reuters

SÃO PAULO, 19:49 - 03/02/2014 (Reuters) - A queda nos preços do gás natural causada pelo boom do gás de xisto nos Estados Unidos está prejudicando os lucros das companhias petroquímicas brasileiras, ao reduzir o poder de fixação de preço e tornando-as menos competitivas, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Grupo Odebrecht.

A Braskem - da qual a Odebrecht tem a maior fatia - e sua parceira, a Petrobras, estão discutindo um corte no preço do gás natural no mercado doméstico para levar os custos da Braskem para os níveis dos Estados Unidos, disse Marcelo Odebrecht , durante evento organizado pelo Credit Suisse. A Braskem é a maior petroquímica da América Latina e a Petrobras a maior fornecedora de gás natural importado e doméstico no Brasil.

Petroquímicas do mundo todo estão tendo de lidar com crescente competitividade das rivais norte-americanas, que viram os custos do gás cair após o crescimento das reservas de gás não convencional. Esses custos menores elevaram as exportações norte-americanas e reduziram os preços no mundo.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Exploração do gás xisto no Piauí é suspensa pela Justiça Federal


A medida deve ser cumprida imediatamente, sob pena de aplicação de multa no importe de R$ 500 mil.


A Justiça Federal no Piauí determinou a “imediata suspensão de todos os atos decorrentes da arrematação do bloco PN-T-597 pertencente à bacia do Parnaíba, no que se refere à exploração do gás de xisto (gás não convencional), e que a Agência Nacional do Petróleo – ANP e a União se abstenham de realizaroutros procedimentos licitatórios com finalidade de exploração do mesmo gás na bacia do Parnaíba, enquanto não for realizada a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar - AAAS”.

De acordo com a decisão, prolatada no último dia 13 de dezembro pelo juiz federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, respondendo pela Vara Única de Floriano, “a medida deve ser cumprida imediatamente, sob pena de aplicação de multa no importe de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para cada bloco licitado indevidamente ou para cada bloco em que forem iniciadas as operações”.

Em seu texto decisório, o magistrado considerou que “especificamente, para a Bacia do Parnaíba (Setor SPN-O), para o qual está prevista a licitação de 31 (trinta e um) blocos de exploração (do PN-T-593 ao PN-T-696), há conclusões preocupantes, seja quanto ao despejo de resíduos da atividade na represa de Boa Esperança, que está a jusante de alguns blocos, seja pelo comprometimento de potenciais áreas de criação de unidades de conservação”.

Segundo o juiz federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, “a partir do Parecer Técnico emitido pelo GTPEG, (...) chega-se à conclusão de que a técnica exploratória do gás de xisto, no nível tecnológico em que se encontra, causa impactos ambientais irreversíveis sobre os lençóis freáticos e corpos aquíferos subterrâneos e superficiais, sendo ainda desconhecidas as suas dimensões, por conta da falta de conhecimento geológico das bacias sedimentares em que se dará a exploração do gás não convencional. Mais que isso, há blocos específicos na bacia do Parnaíba em que o corpo técnico especializado do Ministério do Meio Ambiente identificou risco maior de contaminação de recursos hídricos, bem como encravamento em áreas cuja proteção especial está em vias de se concretizar. Não se fala, para esses blocos específicos, apenas no princípio da precaução - embora não o diminua em importância – mas também no princípio da prevenção, visto que seus riscos concretos já são conhecidos e já foram mensurados, com a identificação, inclusive, do corpo hídrico a ser vitimado (Represa da Boa Esperança), Aquífero Poti-Piauí, Aquífero Pedra de Fogo, Aquífero Motuca e da futura área de especial de proteção e ser atingida (Serra do Gado Bravo) de vital importância para a sobrevivência da população do Estado do Piauí e Maranhão, pois protege área do cerrado em que se situam as nascentes da maioria dos rios desses dois Estados”.

Ainda de acordo com o texto decisório, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) desconsiderou o parecer técnico do GTPEG, o qual tem a competência de fazer a análise técnica sobre a viabilidade ambiental da atividade de exploração e produção de petróleo e gás, e assim subsidiar a atuação dos órgãos reguladores e fiscalizadores dessa atividade industrial, em especial a ANP.

O Magistrado argumentou que a ANP, enquanto autarquia do Estado, descumpriu seu dever de atuar na proteção ao meio ambiente, em ofensa ao art. 225 da Constituição Federal.

“A ANP desconsiderou o Parecer Técnico GTPEG Nº 03/2013, utilizando-se de manifestações de órgãos ambientais que não trataram especificamente do potencial lesivo ao meio ambiente, advindo do processo de exploração do gás de xisto, mas somente no que se refere à exclusão de áreas com restrição ambiental. E o que é pior, utilizou-se, ainda, de fundamentação com cunho unicamente político - necessidade de se desenvolver tecnologias em menor tempo, a partir da exploração e aumentar o conhecimento geológico das bacias sedimentares, em matéria que não cabe juízo de conveniência e oportunidade, em face da analise técnica dos danos a serem causados às reservas hídricas, em prejuízo da atual e futuras gerações. Comportamento que se constitui em abuso de poder. Além do que, um comportamento que se caracteriza, no mínimo, como irresponsável por parte das autoridades dirigentes da autarquia, diante da imprudência ao afetar a terceiro da iniciativa privada, interessado na exploração econômica, a análise da viabilidade ambiental da atividade mineradora, em função da área em que atuará”, diz o texto decisório.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Exploração do gás não pode acontecer a qualquer custo

Por Luiz Cezar Quintans | São Paulo

A ANP dará início hoje à 12ª Rodada de licitações. Apenas 21 empresas se habilitaram para o leilão, sendo somente três como operadores A (Petrobras, Shell e Total), sete operadores B (Gran Tierra, Petra, Petrogal, EP Energy Pescada, GDF Suez Energy, Geopark Brasil e Ouro Preto), seis como C (Cowan, Trayectoria, Alvopetro, Bayar, Cia Paranaense de Energia e Nova Petróleo) e quatro não operadores (Repsol , Eneva, Tradener e Tucumann Engenharia).

O objetivo da rodada é a utilização de novas bacias produtoras de gás natural e de recursos petrolíferos convencionais e não convencionais, bem como a exploração em bacias maduras (Recôncavo e Sergipe-Alagoas).

Tecnicamente, a diferença entre ... Leia mais em:
http://www.valor.com.br/brasil/3354908/exploracao-do-gas-nao-pode-acontecer-qualquer-custo#ixzz2lxJUhwLl

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sem definir regras, Brasil leiloa gás de xisto

DENISE LUNA
DO RIO

O primeiro leilão exclusivo para a concessão de áreas para prospecção de gás em terra, marcado para esta quinta-feira, acontecerá sem que o Brasil tenha uma lei específica para regulamentar a exploração feita por fraturamento hidráulico -técnica usada para a extração do chamado gás não convencional.

Esse tipo de gás fica contido dentro das rochas -diferentemente do gás convencional, encontrado em reservatórios subterrâneos. Por isso, para extraí-lo é preciso explodir as rochas, o que é feito por meio da injeção de grandes quantidades de água misturada a produtos químicos, em grande pressão.

Conhecida como "fraturamento hidráulico", a técnica é criticado por ambientalistas e foi proibida na França e na Bulgária.

No Brasil, a falta de regras claras levou a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental e mais 12 entidades a enviarem à presidente
Dilma Rousseff um pedido para cancelar o leilão, até que se discuta melhor a exploração do gás não convencional no país.

Para o presidente da entidade, Dante Ragazzi Pauli, o leilão está sendo realizado com muita pressa, um erro que o governo vem cometendo em várias áreas. "Não somos contra o leilão, mas é preciso discutir mais o assunto."

Em defesa do leilão, a diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Magda Chambriard, diz que está encarando o certame como um "piloto" para iniciar a exploração de gás em terra, seja convencional ou não.

A resolução sobre o fraturamento hidráulico só ficará pronta no começo do ano que vem, "porque não vai ter fraturamento agora", argumenta a diretora da ANP.

Ela espera um leilão mais fraco do que o realizado no início do ano e já sabe que "não vai arrecadar bilhões (de reais)". Apenas 12 empresas depositaram garantias mas, segundo ela, a expectativa é de que seja o início de uma exploração mais intensiva de gás no país.

"Queremos chamar a atenção das empresas para o gás em terra, seja convencional ou não convencional. Com a exploração dessas empresas teremos mais informações sobre essas áreas", afirma.

Segundo ela, a resolução a ser feita trará, por exemplo, a obrigatoriedade do concessionário informar a distância entre a rocha geradora de gás e os aquíferos próximos, para que não haja contaminação. Outro compromisso será o revestimento e a cimentação dos poços, para evitar que eventuais rompimentos poluam a região.

O concessionário também será obrigado a entregar à ANP uma análise do aquífero que se encontrar perto do bloco antes do início da exploração, para garantir uma possível responsabilização do concessionário em caso de contaminação.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O novo mapa do petróleo

Exploração do xisto pode reduzir as importações de petróleo dos grandes mercados do produto.



São Paulo – Em 14 de outubro, a estatal do petróleo da Arábia Saudita, Saudi Aramco, anunciou que dentro de “poucos” anos irá produzir para seus clientes o shale gas, ou gás de xisto, como o produto é chamado no Brasil. Assim como a Arábia Saudita, Omã, outro grande produtor mundial de petróleo pretende começar a explorar comercialmente seus 849,5 bilhões de metros cúbicos de gás não convencional, outra forma como o xisto é chamado.

O motivo que tem levado os donos das maiores reservas de petróleo e maiores exportadores mundiais de óleo e gás “comuns” a investir na exploração do xisto é a rápida disseminação da exploração do óleo e do gás de xisto dentro do território de grandes importadores de petróleo. Entre eles, e principalmente, estão os Estados Unidos. Os norte-americanos exploram xisto comercialmente desde os anos 1980, no entanto a evolução da tecnologia para extrair este produto nos últimos anos permitirá que a produção a partir do xisto cresça aceleradamente nos próximos anos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Desafios brasileiros do gás de xisto

Muito se tem falado sobre as possibilidades de produção de gás não convencional (xisto) no Brasil, sem, contudo, avaliar-se as reais condições geológicas, ambientais, regulatórias e contratuais por entidades do governo. Chamo os futuros consumidores, agentes da indústria, e especialmente do Governo (não do Estado) à reflexão.

Emvista de artigos divulgados sobre a produção americana de gás não convencional e seu preço atrativo, é preciso esclarecer a diferença institucional entre os dois países. Enquanto, nos EUA, a propriedade do subsolo é do dono do solo, no Brasil, os recursos do subsolo são bens da União, e, portanto, públicos, conforme a Lei nº 9.478/97.Nomomento, a discussão sobre o modo de exploração e produção ganha mais notoriedade visto que a ANP disponibilizou um préedital solicitando sugestões para essa exploração inédita, sujeita a incontáveis imprevistos.

O Governo ainda não emitiu qualquer orientação sobre a exploração, seja sob a ótica ambiental ou técnica. Assim, aumentam os riscos a quem for explorar e produzir. E esse risco não é só do concessionário. No insucesso da licitação ou da inexecução do contrato de concessão: União, Estados e Municípios perdem, pois não recebem as respectivas participações (incluindo royalties), arrecadação de tributos e contribuições sociais, perde a indústria nacional, que não tem supridores e não desenvolve tecnologia, e finalmente perde a população, sem competição na oferta de gás natural.

Ao Poder Público também se aplica o princípio da precaução, pois o planejamento oe a condução da política energética são deveres (não poderes) do Governo Federal. Antes de incluir num certame licitatório a exploração de gás não convencional, seriam necessários estudos abrangentes de entidades científicas para depois discutir, em audiências públicas, os critérios para o licenciamento ambiental e a tecnologia mais adequada às características locais. Sem isso, as incertezas ambientais e técnicas, que resultam em imprevisibilidade econômico-financeira (custos não gerenciáveis), obscurecem e contaminam o edital e o contrato de concessão.

O Conselho Nacional de Política Energética — CNPE necessita ainda sugerir as diretrizes para exploração e produção de gás não convencional. Ressalta-se que o CNPE é formado por representantes dos Ministérios que deverão ser envolvidos: Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia e Minas e Energia, para só depois a regulamentação da Presidência da República dispor sobre o assunto, e a ANP completar com a regulação, a minuta do edital e do contrato de concessão.

E, mais, deve ser no mínimo planejado o escoamento da futura produção de gás dos campos em terra, indicando as possibilidades que os agentes terão para vender o gás no mercado nacional, considerando a existência do consumidor livre, as questões com os gasodutos de escoamento, a inexistência de malha de transporte e as redes das distribuidoras estaduais responsáveis pela distribuição na forma canalizada. Adite-se a isso duas questões sem solução/regulação até agora: a troca técnica (swap) e a intenção declarada do MME de licitar térmicas próximas às reservas, sem que haja planejamento das linhas de transmissão para a conexão.

O efeito desse planejamento integrado é apresentar ao mercado um quadro institucional e legal completo em que o agente da indústria saiba com clareza as obrigações do contrato de concessão tendo previsibilidade das etapas, aceitando o campo do risco natural da atividade, que é a incerteza da reserva. Em suma, há a necessidade premente de harmonizar conhecimento científico e mercado para que toda a sociedade seja beneficiada, e o Governo também, por sua própria eficiência. Adite-se a isso a reflexões que advirão da análise do PL 6407/2013 que, recentemente tramita na Câmara dos Deputados.

O Governo ainda não emitiu qualquer orientação sobre a exploração do gás de xisto, seja sob a ótica ambiental ou técnica. Assim, aumentam os riscos a quem for explorar e produzir.

Autor: Maria D’Assunção Costa é advogada, sócia da Assunção Consultoria, doutora em Energia e autora do livro Comentários à Lei do Petróleo”.

Fonte: Brasil Econômico

Shale gas, a nova fronteira

Cálculos de pesquisadores dos Estados Unidos apontam que o Brasil pode ter reservas de até 7,35 trilhões de metros cúbicos desse tipo de gás.

Em todo o mundo a exploração do gás de xisto tem se tornado um ponto de preocupação e polémica, devido ao seu processo de obtenção do insumo, que é feito pelo fraturamento hidráulico (ou fracking) da rocha onde ele está depositado. Para fraturar essa rocha, as empresas injetam bilhões de litros d água misturados a produtos químicos. O problema está justamente na volta desses produtos ao solo, já que os danos podem ser imprevisíveis, podendo ocasionar até a contaminação de aquíferos.

Apesar dos riscos ambientais, o gás não convencional mostra-se bastante competitivo pelo lado econômico. Nos EUA, esse insumo chega a ser 80% mais barato que o gás natural brasileiro. De acordo com a Petrobras, o shale gas levou a uma redução do preço do gás natural no mercado norte-americano e o custo de produtos petroquímicos nos EUA.

A petrolífera brasileira aposta na viabilidade do gás de xisto. Tanto é que no início do ano foi aprovada pela empresa a criação do Programa

Onshore de Gás Natural (Pron-Gás), voltado para a exploração, produção e monetização do gás das bacias sedimentares em reservas convencionais e não convencionais.

O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Maurício Canedo, avalia que caso a aposta do gás de xisto se confirme nos Estados Unidos. será para eles o que a descoberta do pré-sal foi para o Brasil, já que eles também mudarão de patamar no que diz respeito à produção de gás natural. “E isso terá implicações para o mercado de petróleo. O pré-sal continuará sendo um bilhete premiado para nós, mas será menos relevante, já que outros eles terão encontrado outra maneira de suprir o gás”, analisou.

Porém, tudo dependerá da forma da confirmação do potencial e em conseguir explorar o insumo de maneira que o risco ambiental seja mais bem controlado. Canedo diz que o Brasil também tem potencial, mas sai com a desvantagem de não ter infraestrutura para escoar o gás. “Os EUA já se beneficiaram do gás natural, o que lhes permitirá dar um passo grande porque a malha de distribuição já existe”, completou.

Para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), tanto no País quanto em outros países, com exceção dos EUA, ainda existe muito gás convencional a ser descoberto e a confirmação de depósitos do gás não convencionais ainda deve levar alguns anos para ocorrer. O mesmo deve ocorrer com a viabilidade da produção.

A agência brasileira explicou que os riscos da técnica de fraturamento hidráulico ainda não foram totalmente esclarecidos para o público em geral, mas confirma que o principal risco seria realmente a contaminação dos aquíferos próximos aos campos. •

O sócio-diretor da Gas Energy, Marco Tavares, aponta que a exploração do gás não convencional tem boas perspectivas para o Brasil. Caso se confirme o potencial que se espera desse tipo de insumo em território nacional, o Brasil pode triplicar o volume de gás que extrai, mesmo que seja uma parcela de 10% a 15% do volume previsto.

Tavares alertou contudo, que o País precisa desenvolver uma infraestrutura adequada.Tavares lembrou que o Brasil pouco explorou o potencial de petróleo e gás em terra, sendo mais aprimorada a extração offshore. Segundo ele, os EUA perfuram a cada ano 20 mil poços, enquanto que o Brasil, em toda sua história, promoveu a perfuração de aproximadamente 30 mil poços.

“Há uma cadeia de bens e serviços que precisa se desenvolver. As estimativas do shale gas são feitas com base nos tipos de rochas. Isso tudo se verificará na medida em que começar a perfurar e conhecer melhor a geologia”, disse.





Fonte: Jornal do Comércio – RJ

sábado, 5 de outubro de 2013

SHALE GAS - Exploração gás e petróleo devem ser reguladas por lei

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), através da Resolução do CNPE nº 6 de 25 de junho de 2003, autorizou a realização da 12ª Rodada de Licitações de Petróleo e de Gás Natural, com a oferta de 240 blocos, para a exploração e produção de gás natural a partir de recursos petrolíferos convencionais e não convencionais.
O gás natural convencional é todo o hidrocarboneto que permanece em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos.
De acordo com a literatura técnica, o gás natural não convencional (também chamado de: “shale gas”, gás de xisto, gás de folhelho, entre outros) é todo hidrocarboneto mantido em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído de folhelhos gasíferos e de formações com baixíssima porosidade.
No método convencional, a extração do gás natural ...  Continua... site CONJUR

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Gás é energia limpa, barata... e inútil?

A indústria de gás vive mundialmente uma era de ouro, mas o Brasil tem preferido desperdiçar esse recurso. O que fazer para aproveitar uma das melhores fontes de energia

Roberta Paduan, de 

Rio de Janeiro - "Energia é um bem precioso demais para ser desperdiçado.” A frase, do americano Daniel Yergin, um dos maiores especialistas do setor de óleo e gás, foi seguida à risca nos Estados Unidos. Depois de exaurido o petróleo que brotava fácil das terras texanas, os americanos perseguiram meios de tornar mais valiosas as fontes de segunda linha, como o gás natural. E conseguiram.

A empreitada culminou na revolução energética que levou os Estados Unidos a espantar o mundo com o anúncio de que estão a 20 anos da autossuficiência em energia.

É uma revolução baseada no empreendedorismo e na tecnologia. Foram empresas de médio porte — as grandes estavam ocupadas em produzir petróleo, o filé-mignon do setor — que buscaram as técnicas para extrair gás de rochas mais profundas, como as de xisto, abrindo caminho para jazidas gigantes, antes inacessíveis.

O gás de xisto quadruplicou as reservas mundiais do combustível para o equivalente a 200 anos de consumo e baixou o preço nos Estados Unidos a menos da metade da média mundial e a um quarto do preço brasileiro. A indústria americana agradeceu, recuperando competitividade não com mão de obra barata, mas com energia barata. Em cinco anos, o setor de gás criou 1,7 milhão de empregos no país, número que deve chegar a 4 milhões em 2020, de acordo com a estimativa de Yergin.

Enquanto isso, no Brasil, quem encontra gás fica com um mico nas mãos. Aqui, é difícil fazer dinheiro com sua produção (pelas razões que veremos adiante), apesar de a demanda só aumentar. Resultado: a oferta é baixa e o preço é alto, corroendo a competitividade das empresas usuá­rias.

A Eliane, fabricante catarinense de cerâmica, é um exemplo. Em 2001, a empresa fez uma reforma na fábrica principal para trabalhar com gás natural em vez de carvão e gás liquefeito de petróleo (que custava 50% mais do que o natural). A mudança permitiu um aumento de competitividade, principalmente dos produtos mais sofisticados.

O gás facilita a regulagem da temperatura, sem as oscilações de outras fontes de energia, e sua queima não libera a fuligem produzida pelo carvão e pelo óleo combustível, o que aumenta a resistência sem alterar a cor da cerâmica. Passados 12 anos, a empresa acaba de reconverter parte da fábrica para o uso do carvão.

O gás ficou caro demais. Agora, 40% da energia consumida vem do carvão, que hoje sai a um terço do preço do gás natural. “É uma marcha a ré para uma energia menos eficiente e mais suja”, diz Otmar Müller, diretor industrial da Eliane. “Sem perspectiva de o preço cair, decidimos sair do gás nas áreas em que podemos substituí-lo.”

A atrofia da indústria de gás no Brasil tem outros efeitos negativos. A Braskem, maior petroquímica do país, adiou a decisão de investir no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) por não chegar a um acordo com a Petrobras sobre o preço que a estatal cobraria pelo gás, uma das principais matérias-primas da petroquímica.

Enquanto isso, a Braskem avança com investimentos nos Estados Unidos e no México — país beneficiado com a queda do preço do gás americano graças à integração com o vizinho. “O mundo está vivendo a festa do gás, e parece que o Brasil decidiu ficar de fora”, afirma o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia.

“O pior é que a conta da festa será paga por quem não participa dela, com a perda de investimentos, que vão para lugares em que a energia custa menos.”

Em novembro, pela primeira vez na história, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fará uma rodada de leilões em áreas com alta probabilidade de haver gás. Isso é bom, mas não é suficiente. As empresas que se aventuraram a explorar óleo e gás em terra após a quebra do monopólio da Petrobras, em 1997, já fizeram descobertas, mas esbarraram nas dificuldades de um mercado com regras ruins — ou até sem regras.

Já a Petrobras, que domina o setor, não tem condições de fazer os investimentos necessários, pois tem de focar no pré-sal. EXAME falou com especialistas, executivos e empresários do setor e identificou as principais providências que levariam a indústria de gás a deslanchar no Brasil. Leia nas páginas a seguir.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Novo mercado preocupa empresas brasileiras

O Estado de S.Paulo
A produção de gás de xisto nos Estados Unidos e seu baixo preço de venda deixou em suspenso projetos de companhias brasileiras. Para a Coalizão das Indústrias Brasileiras (BIC, na sigla em inglês), a possibilidade de fuga de investimentos produtivos do Brasil para os EUA é tão real quanto o risco de o etanol ser substituído pelo gás natural como combustível de transição.
A Odebrecht avalia os riscos na construção de hidrelétricas na América Central. Empresas comercializadoras estudam a lógica desse novo mercado, cientes dos riscos aos negócios em curso, e geradoras de energia temem a repetição, no Brasil, dos erros e da desorganização inicial da produção nos EUA. O País têm reservas estimadas em 6,9 trilhões de metros cúbicos, em especial no Vale do Rio São Francisco, onde mais de 30 poços estão sendo pesquisados.
"O gás de xisto está revolucionando o mercado de energia e a produção nos Estados Unidos, com reflexos sérios para o Brasil", diz Célia Feldpausch, diretora executiva da BIC, e organizadora de duas missões de executivos brasileiros, em Pittsburgh, sobre o gás de xisto.
Khary Cauthen, diretor do Instituto Americano do Petróleo (API), lembra que o etanol era uma "vaca sagrada" nos EUA há dez anos. O setor produtor teve seus créditos tributários facilmente derrubados no ano passado pelo Congresso, antes defensor arraigado desses subsídios. O álcool tende a ser substituído pelo gás natural na mistura obrigatória à gasolina, em longo prazo.
No Brasil, dois leilões de áreas de gás natural estão programados para outubro e novembro. A Petrobrás monopoliza o transporte e a comercialização. O mercado aberto impera nos EUA desde a exploração - os locais são alugados pelo proprietário da terra - até a venda aos setores usuários do gás natural. A rede de gasodutos tem 38 mil quilômetros.

domingo, 4 de agosto de 2013

Exploração de gás de xisto nos Estados Unidos inicia revolução energética

Exportação a preços competitivos deve mudar cenário global de energia
Denise Chrispim Marin - ENVIADA ESPECIAL / PITTSBURGH
Em apenas quatro anos, a exploração de gás de xisto nos Estados Unidos iniciou uma revolução energética capaz de alterar o cenário econômico do país. A atração de investimentos produtivos, antes vista como impossível, tornou-se inevitável, assim como a autossuficiência em fontes de energia. Com ou sem cota - tema polêmico e ainda não definido -, os EUA estarão em poucos anos exportando gás natural em volume suficiente para mudar o panorama mundial.
A reserva americana de gás de xisto é estimada em 2,7 trilhões de metros cúbicos, nos cálculos da Administração de Informação sobre Energia (EIA) de dezembro de 2010. É suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos. Mas pode ser maior. A extração começou há poucos anos, está em constante avanço tecnológico e contribuiu para a produção de 27,4 quatrilhões de BTUs (British Thermal Unit, unidade de energia para medir quantidades de gás) no ano passado.
Tamanha oferta de gás de xisto, a custos relativamente baixos de produção, permite a venda do gás natural americano a US$ 4 por milhão de BTUs - o menor preço do mercado mundial. Em 2020, serão 31,3 quatrilhões de BTUs - 14% mais, nas previsões da EIA. Atualmente, essa nova fonte responde por 34% do total de gás natural extraído no país.
O McKinsey Global Institute inclui o gás de xisto entre os cinco setores capazes de mudar a economia americana. Entre 2007 e 2012, essa extração aumentou, em média, 50% ao ano. A consultoria estima que, até 2020, o gás vai adicionar de 2% a 4% ao Produto Interno Bruto (PIB) anual dos EUA - algo entre US$ 380 bilhões e US$ 690 bilhões - e gerar 1,7 milhão de empregos diretos, especialmente para trabalhadores com nível superior de escolaridade.
O setor vai trazer consigo potencial para revitalizar o setor energético, atrair investimento de indústrias intensivas em energia e impulsionar a economia. Entre US$ 55 bilhões e US$ 85 bilhões deverão ser adicionados ao PIB industrial americano até 2020, em investimentos de companhias petroquímicas, de fertilizantes, siderúrgicas, de vidro e outras. Espera-se o renascimento da indústria manufatureira do país.

No PIB do conjunto dos setores de construção, transportes, serviços e comércio, entre US$ 210 bilhões e US$ 380 bilhões serão agregados. Mais US$ 1,4 trilhão deverá ser investido em curto prazo em infraestrutura e gasodutos, com geração de 1,6 milhão de postos temporários de trabalho. Esse boom deverá se estender por quase todo o país, dado o fato de as 48 reservas de gás de xisto estarem em 28 Estados americanos. Desse conjunto, 26 reservas estão em exploração. Somente na formação geológica de Marcellus, que abrange a Pensilvânia, Nova York, Ohio e Virgínia Ocidental, há de 5 mil a 6 mil poços em operação.
"Nos últimos cinco anos de recessão, essa foi a atividade que salvou vários Estados", afirmou Christopher Guith, vice-presidente do Institute for 21st Century Energy, da US Chamber of Commerce. "O gás de xisto vai mudar o panorama mundial, assim como a Apple e a Microsoft estão fazendo nos últimos anos, porque vai tocar em toda a economia e na vida das pessoas", disse. "O que queremos é fazer com que essa mudança se torne ainda mais positiva", completou Guith.
As entidades de empresas produtoras de gás de xisto ambicionam deslocar o carvão como fonte - altamente poluidora - de energia elétrica no país. Hoje, 50% da eletricidade é gerada em térmicas a carvão. Mas o lobby político desse setor no Congresso não permitirá a fácil conquista desse mercado. O gás de xisto já vem substituindo o diesel em ônibus e caminhões, apesar de poucos postos terem o combustível.
O preço atual de venda de gás natural, de US$ 4 por milhão de BTUs, é imbatível. A Rússia escoa gás natural para a Alemanha a US$ 11,36. Na Indonésia, custa US$ 17,72. No Brasil, cerca de US$ 18. Os produtores estimam que, ao atingir um volume substancial, o preço rondará US$ 6 por milhão de BTU em dez anos. A Europa, atual consumidora de carvão americano, está ansiosa por essa fonte limpa e barata. O Japão, especialmente depois da tragédia de Fukujima, está ainda mais desejoso.
Há muito a ser feito antes da corrida aos mercados externos. Cinco projetos de instalação de usinas para transformar o gás em GNL estão em estudos. Dos quatro terminais portuários de gás na Costa Leste, todos voltados à importação, três deles estão fechados. O de Boston opera, mas precisa ser convertido para a exportação. Há apenas um terminal de exportação em funcionamento no país, no Alasca, que escoa volume limitado de gás para o Japão. O gargalo físico é um desafio. Mas não tão difícil de ser superado quanto a resistência do governo Barack Obama.
A Casa Branca é reconhecida como adversária pelos setores de energia fóssil dos EUA. Mesmo assim, os produtores acreditam ser possível dobrá-la com um argumento sensível: o potencial de geração de empregos. Segundo David Wochner, especialista da consultoria K&L Gates, o governo americano está neste momento preocupado em adequar oferta e preço, no mercado interno, antes de facilitar a exportação. Não quer se ver diante do risco de escalada do preço do gás no país. Sem a dimensão mais precisa das reservas, a equação pode demorar a surgir.
Novo mercado preocupa empresas brasileiras
A produção de gás de xisto nos Estados Unidos e seu baixo preço de venda deixou em suspenso projetos de companhias brasileiras. Para a Coalizão das Indústrias Brasileiras (BIC, na sigla em inglês), a possibilidade de fuga de investimentos produtivos do Brasil para os EUA é tão real quanto o risco de o etanol ser substituído pelo gás natural como combustível de transição.
A Odebrecht avalia os riscos na construção de hidrelétricas na América Central. Empresas comercializadoras estudam a lógica desse novo mercado, cientes dos riscos aos negócios em curso, e geradoras de energia temem a repetição, no Brasil, dos erros e da desorganização inicial da produção nos EUA. O País têm reservas estimadas em 6,9 trilhões de metros cúbicos, em especial no Vale do Rio São Francisco, onde mais de 30 poços estão sendo pesquisados.
"O gás de xisto está revolucionando o mercado de energia e a produção nos Estados Unidos, com reflexos sérios para o Brasil", diz Célia Feldpausch, diretora executiva da BIC, e organizadora de duas missões de executivos brasileiros, em Pittsburgh, sobre o gás de xisto.
Khary Cauthen, diretor do Instituto Americano do Petróleo (API), lembra que o etanol era uma "vaca sagrada" nos EUA há dez anos. O setor produtor teve seus créditos tributários facilmente derrubados no ano passado pelo Congresso, antes defensor arraigado desses subsídios. O álcool tende a ser substituído pelo gás natural na mistura obrigatória à gasolina, em longo prazo. 
No Brasil, dois leilões de áreas de gás natural estão programados para outubro e novembro. A Petrobrás monopoliza o transporte e a comercialização. O mercado aberto impera nos EUA desde a exploração - os locais são alugados pelo proprietário da terra - até a venda aos setores usuários do gás natural. A rede de gasodutos tem 38 mil quilômetros.
A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA COALIZÃO DAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS (BIC), INTEGRANDO A MISSÃO DE EMPRESAS DO BRASIL A WASHINGTON E PITTSBURGH

sábado, 6 de julho de 2013

Reaquecimento da economia dos EUA preocupa o Brasil, diz Pimentel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta quinta-feira (04), que o retomada da indústria americana, que está crescendo graças a exploração do gás xisto, é um dado negativo para o País porque a economia brasileira tem um perfil semelhante a dos Estados Unidos.
"Os EUA conseguiram relançar sua indústria usando energia com custo mais barato. Na verdade o custo da produção balizada na exploração do gás xisto é um quinto menor do que a matriz elétrica. O Brasil tem muito gás xisto, mas não explora comercialmente", disse.
Para ele, os americanos estavam com a indústria parada, mas agora vivem uma retomada que, de fato,  é preocupante porque a economia brasileira tem características que a torna um competidor direto dos americanos.
"Eles estão adotando uma política forte para repatriar os empregos. Esse é um cenário que nos preocupa. A China, por exemplo, tem uma perfil econômico complementar ao do Brasil. Já os EUA tem um perfil semelhante, com grandes recursos minerais, agrícolas e uma indústria sólida. Mas os EUA estão na nossa frente porque eles tem investimentos em desenvolvimento, pesquisa, ciência e tecnologia, muito superior ao nosso" relatou.
Para Pimentel o melhor caminho não será combater a economia americana, mas sim se associar ao desenvolvimento tecnológico dos EUA: "Temos que estar cada vez mais associados ao progresso tecnológico dos EUA, se formos enfrentá-los começaremos uma guerra que, ao meu ver, não tem uma saída positiva para nós. Temos que superar com habilidade, não com um enfrentamento direto. Fechar nossa economia  seria um retrocesso".

Riscos ambientais do xisto

Falando sobre os danos ambientais do uso do gás xisto como matriz energética, o ministro comento que não existem uma avaliação precisa: "O tema é muito controverso, existem alguns estudos preliminares que mostram que a exploração do gás pode gerar danos permanentes e irreversíveis aos lençóis freáticos".
Pimentel reforçou inúmeras vezes que os danos ambientais são dados relevantes. "Se o mundo caminhar para exploração do xisto como uma nova matriz energética o impacto tem que ser avaliado com cuidado", reforçou.
Ele lembrou também que os EUA tem uma rede antiga de gasodutos implementada, já o Brasil teria que fazer grandes investimentos em neste sentido para explorar esta matriz energética comercialmente.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Gás de xisto americano reduz custo de energia de empresas no México

Autor(es): Por Ed Crooks | Financial Times, de Nova York
Valor Econômico - 02/07/2013

O boom do gás de xisto nos Estados Unidos está se consolidando como uma importante vantagem competitiva para a indústria de transformação... mexicana.

As exportações de gás natural dos EUA para o México atingiram um recorde nos últimos 12 meses, ajudando a manter baixos os custos de energia no país, num período em que sua indústria vem crescendo rapidamente.

Novos gasodutos previstos, que permitirão um crescimento mais rápido de importações originadas dos EUA, fortalecerão e assegurarão esse trunfo, ajudando o México a gozar de uma vantagem competitiva em relação a outras economias emergentes enquanto a produção americana de xisto permanecer vigorosa.

Os custos trabalhistas na indústria chinesa ultrapassaram os mexicanos, no ano passado, devido às altas taxas de inflação salarial - e os custos de energia na China também são bem maiores.

A produção industrial mexicana veio caindo, neste ano, mas seus custos mais baixos e a proximidade em relação aos EUA - que reduz os custos de transporte e melhora a flexibilidade - devem tornar o país cada vez mais competitivo como local de produção, dizem analistas.

Diversas companhias, como as fabricantes de automóveis japonesas Honda e Nissan e a americana General Motors, anunciaram recentemente novos investimentos no México.

Hal Sirkin, da consultoria BCG, espera ainda mais: "Podemos não ter ainda realmente detectado [o que está acontecendo] nos dados de investimentos, mas o México está sendo discutido nos conselhos de administração das empresas, e o país está parecendo atraente".

As exportações de gás dos Estados Unidos para o México cresceram 19%, para 620 bilhões de pés cúbicos, no último ano, atendendo cerca de 20% da demanda. A produção nacional está em declínio devido à falta de investimentos pela Pemex, a companhia petrolífera nacional.

Nesse ritmo, os dutos dos EUA para o México estavam repletos, obrigando o governo a importar gás natural liquefeito caro, que custa mais de quatro vezes mais do que o gás americano, a cerca de US$ 3,60 por milhão de unidades térmicas britânicas.

O México planeja mais que dobrar sua capacidade de importação dos EUA com o projeto do gasoduto Ramones, sua maior obra de infraestrutura no setor de energia em 40 anos. A primeira fase está prevista para entrar em operação no próximo ano.

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