Arsesp com nova gestão

A nova diretora de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Distribuição de Gás da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), Sílvia Calou, tomou posse nesta quinta-feira (29/9).

Em entrevista ao EnergiaHoje ela antecipa informações sobre a sua gestão, comenta as perspectivas de ampliação do serviço de gás canalizado, o relacionamento com a Petrobras e anuncia que a atividade de comercialização poderá contar com uma câmara de compensação e de liquidação de contratos, a partir de estudos a serem desenvolvidos juntamente com  a Câmara de Compensação e Liquidação de Energia Elétrica (CCEE).     O que muda na Diretoria de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Distribuição de Gás Canalizado? Deveremos atuar mais fortemente no acompanhamento dos investimentos anuais previstos nos planos de negócios aprovados nas revisões tarifárias, assim como iniciaremos uma série de fiscalizações econômico-financeiras para apurar a evolução e situação atual das concessionárias.   Quais os principais desafios a serem enfrentados no setor de gás canalizado? Estou realizando uma série de reuniões com as três concessionárias paulistas para poder ter uma visão mais detalhada dos estágios e cumprimento dos planos de negócios, assim como do atendimento dos indicadores de qualidade e, assim, acompanhar o cumprimento de todas as condições estabelecidas nos contratos de concessão.    Quais são os desafios para a expansão? Um dos principais desafios à expansão dos serviços em SP é a busca de uma forma de incentivar uma aceleração dos investimentos, sem comprometer a modicidade tarifária. Trabalharemos este tema em conjunto com a Secretaria de Energia de SP, buscando formas de viabilizar e financiar esta expansão.   Como deve ser o relacionamento com a Gas Brasiliano, tendo em vista que por muito tempo houve resistência que o controle passasse às mãos da Petrobras? O mercado da GBD requer maior esforço de investimento. Entretanto, já tivemos sinalização da direção da empresa que esta está comprometida com o desenvolvimento do seu mercado. A agência vê esse posicionamento com bons olhos. O relacionamento será o mesmo que com as outras concessionárias, independentemente de quem seja o seu controlador.   Cogita-se alguma condição regulatória que possa incentivar o aproveitamento do gás da Bacia de Santos no estado? Alguns obstáculos precisam ser ultrapassados para que os investimentos (termelétricos) se concretizem em São Paulo. É o caso do ICMS do gás. Há também o licenciamento ambiental dos projetos, que traz incertezas quanto ao prazo e custo. E, evidentemente, as condições da compra do gás em termos de inflexibilidade e preço, que também podem dificultar a realização dos projetos. A Aneel está iniciando os estudos para a implantação de redes inteligentes de energia elétrica, onde, no futuro, o consumidor, no caso o cogerador, poderá vender excedentes diretamente na rede da concessionária de distribuição.   Em sua opinião, quais são as perspectivas de desenvolvimento do mercado livre de gás em SP, tendo em vista a ausência de fornecedores alternativos à Petrobras? Espera-se que novos produtores de gás, principalmente nas novas áreas exploratórias do pré-sal possam, no médio e longo prazos, competir pelo mercado livre, já implantado em São Paulo e em outras regiões do Brasil. O último leilão de energia elétrica demonstrou que novos produtores começam a operar. Além disso, há também o GNL, que permite a compra de diversos fornecedores no mercado internacional, entretanto há a necessidade de acesso às unidades de regaseificação existentes. No mercado da Comgás existem 180 potenciais usuários livres. Além disso, vamos realizar estudos conjuntos com a CCEE para implantar uma futura câmara de compensação e liquidação dos contratos   Há um plano de metas a ser colocado em prática na diretoria? A Arsesp encontra-se num processo de planejamento estratégico, conduzido pela Fundap, que abrange todas as diretorias: Energia Elétrica, Gás Canalizado, Saneamento, Econômico- Financeira e Relações Institucionais. Assim que o estudo for finalizado, divulgaremos nossos planos.   Alguns setores do mercado se opuseram à sua indicação para a diretoria da Arsesp em razão do histórico de relacionamento com concessionárias de energia. Como a sra. espera enfrentar essa resistência? Trabalhei também para o Governo de São Paulo à época da privatização das empresas do Estado. O fato de ter atuado em empresas de energia me confere uma experiência importante para o cargo que agora ocupo. Em todos os lugares em que trabalhei cumpri meu papel com ética e honestidade e, não importa onde vá trabalhar, este é o meu valor. Acho que foi também por isso que tive a honra de ser indicada para esta posição pelo Secretário José Anibal e pelo Governador Geraldo Alckmin.

FONTE: EnergiaHoje