E esse avanço não se deu apenas no ano passado. No período de 2003 a 2012, o setor teve crescimento próximo a 16%. Não apenas o mercado se expandiu forte, o deficit também -exponencialmente. No ano passado o deficit foi de US$ 28,1 bilhões.
Pode-se chegar à conclusão de que grande parte da expansão da indústria química se deu (e se dá) pelo aumento exponencial das importações.
O ponto central do problema está na velocidade da implementação de respostas que façam novamente os investimentos privados voltarem a se focar no Brasil.
Exemplos para isso temos vários: regulamentação da lei do gás natural, desoneração para investimentos etc.
É preciso velocidade, muita agilidade para investimento, pois a competição agora é direta com a indústria química norte-americana, com a sua riqueza desenvolvida por meio do gás de xisto ("shale gas").
O gás de xisto nos Estados Unidos está revolucionando o setor e atraindo imensos volumes de investimento na indústria química americana.
O Brasil tem enormes oportunidades com o pré-sal. Sua riqueza é igual, até maior, mas a velocidade para usufruir dessa riqueza também tem de ser maior.
Segundo dados da consultoria IHS, os EUA (em apenas cinco anos) já viabilizaram uma produção de petróleo de fonte não convencional próxima ao total da produção brasileira de petróleo: 2 milhões de barris por dia.
Os EUA "surfam" rapidamente nas suas oportunidades econômicas. Por questões legais e empresariais, a indústria química nacional não está conseguindo o mesmo.
Para alterar esse quadro, o país tem que ser ágil e inteligente para aproveitar riquezas como o pré-sal e a Petrobras e o fato de termos a sétima maior indústria química do mundo.
JOÃO LUIZ ZUÑEDA é especialista no setor químico e petroquímico e diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado.
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