Cenário político-econômico instável pode acelerar abertura para exportação de GNL a preços internacionais
[27.09.2012] 15h35m / Por Gustavo Gaudarde
Os investimentos na prospecção e produção de shale gas nos EUA devem crescer a uma taxa média anual de 11,9% e chegar a US$ 52,1 bilhões, em 2016, estima a GBI Research em relatório sobre o gás natural não convencional divulgado neste mês. Somados, os recursos representam um aporte total na ordem de US$ 225 bilhões no período de cinco anos.
Contudo, a indefinição sobre os rumos do mercado de gás natural pode provocar mudanças bruscas nas regras do jogo. Atualmente, a legislação dos EUA impede a livre exportação do energético na forma de GNL - é possível, mas as autoridades regulatórias precisam autorizar caso a caso. Porém, perante o acirramento da corrida presidencial, mudanças podem ser feitas pelo candidato a reeleição, Barack Obama, ou projetadas pelo rival Mitt Romney a fim de alterar este cenário, pondera a consultoria GBI.
De um lado, a sobreoferta de gás ajuda a reduzir os custos da produção de derivados (como fertilizantes) e da geração de energia, beneficiando a indústria de uma forma geral. Por outro, abrir o shale gas para liquefação e venda no mercado internacional significaria intensificar investimentos e, sobretudo, a geração de empregos em um país que atravessa a segunda crise econômica em menos de 10 anos.
No mercado doméstico dos EUA, o gás foi negociado a US$ 2,84 por MMBtu na primeira quinzena deste mês. Para daqui a 12 meses, a EIA espera aumento de 15%, para US$ 3,27 por MMBtu. Enquanto isso, o preço do GNL no mercado internacional não dá sinais de arrefecimento, por reflexo da demanda asiática.No mercado spot, a importação do energético deve permanecer ao custo de até US$ 16 para o Brasil e de até US$ 8 por MMBtu para a Europa, por exemplo.
Enquanto os fornecedoras de gás natural dos EUA tentam ofertar o energético neste mercado, os esforços internos são intensificados na exploração de óleo. No último dia 14 de setembro, 448 sondas perfuravam acumulações de gás e 1.413 operavam em reservas de óleo. Na comparação ano a ano, os números apontam para queda de 50,8% e alta de 33%, respectivamente, de acordo com dados da agência de informações energética (EIA), dos EUA.
Para 2013, a EIA prevê a manutenção dos patamares de produção de gás natural registrados desde janeiro deste ano, quando a produção atingiu o pico histórico de 1,96 bilhão de m³/dia. O volume explotado representa uma de alta de 17% em apenas dois anos - em janeiro de 2010, a produção era de 1,67 bilhão de m³/dia.
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