O índio americano Tom Goldtooth veio à Rio+20 com outros 12 índios da América do Norte defender a conservação dos recursos naturais e das tradições indígenas. |
O índio americano navago-dakota Tom Goldtooth, da cidade de Bemidji, no estado de Minnesota, Estados Unidos, veio para o Rio de Janeiro para mostrar aos participantes de todo o mundo presentes na Rio+20 que os índios estão preocupados – e muito bem atualizados – em relação às questões de sustentabilidade.
Goldtooth é o líder de um grupo de 12 índios do Canadá, Estados Unidos e México, integrantes da Indigenous Environmental Network, que vieram ao Brasil para participar da Rio+20. Ao expor suas idéias, Goldtooth impressiona pela lucidez e articulação com que as defende. Algumas delas são de uma lógica nada afinada com a ideia de colocar valor em todos os produtos – inclusive os da natureza.
Ele é contra a exploração de petróleo, o mercado de carbono e as plantações transgênicas. E dá argumentos para manter essas posições. Conta que, no norte do Canadá, a exploração de um tipo raro de petróleo, chamado “tar”, deixa os índios locais bastante apreensivos. Para retirar o combustível espesso, é preciso utilizar um produto químico tóxico. Esse material é conduzido por dutos que passam pela área indígena até a planta da empresa – e a possibilidade de um vazamento deixa todos em alerta constante.
Goldtooth também é contra o mercado de carbono por considerar que o mecanismo funciona como uma recompensa ao poluidor. “É uma contradição em relação à crença indígena de que não se pode comercializar a ‘mãe Terra’. Como é possível vender o ar? Além disso, o poluidor paga (pelos créditos da quantidade de carbono que emitiu em uma operação) para continuar poluindo”, afirmou.
O índio americano também está por dentro do que acontece aqui no Brasil. “Nós estamos do lado dos índios afetados por Belo Monte. E rezamos para o que Brasil tratem essa questão considerando princípios de equidade e respeito”.
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