Segundo os dados preliminares, o gasoduto custará mais de 40 milhões de dólares. Os peritos avaliam ceticamente estes planos. As exigências de ambientalistas e as condições difíceis de extração de gás podem tornar este projeto pouco
rentável.
O gás para o novo gasoduto será fornecido pela jazida em Point Thomson, no norte do Alasca. O direito da sua exploração pertence a estas companhias desde o fim dos anos 70 do século passado. Mas o gás não tem sido extraído devido às condições difíceis de exploração da jazida. A atual dinamização dos planos pode estar ligada ao aumento de consumo de gás na Região Asiática do Pacífico. O Japão, principal consumidor, responde por mais de 30% das importações mundiais. Em condições de redução de projetos nucleares, Tóquio irá aumentar estes volumes. Outro consumidor importante é a China. Contudo, apesar da crescente procura, o gás do Alasca não poderá competir com o da Rússia e do Qatar, sustenta o analista da Investkafe, Vitali Mikhaltchuk:
"As exportações de gás natural liquefeito a partir do Alasca são complicadas pelas condições climatéricas e o afastamento considerável dos consumidores. Para construir uma grande usina de liquefação de gás, serão necessários investimentos adicionais na prospeção e extração. Ao mesmo tempo, o preço de custo da produção não será competitivo numa empresa pequena. Por isso, a meu ver, os planos de extração e liquefação de gás no Alasca estão bastante longe da realidade".
Os peritos consideram que a decisão de construir o gasoduto, provavelmente, foi tomada sob pressão de reguladores dos Estados Unidos. As autoridades federais ameaçaram anular a licença concedida à exploração da jazida em Point Thompson se os trabalhos não forem iniciados. As companhias, por seu lado, não podem se permitir perder a jazida, cujas reservas prospetadas constituem cerca de 250 mil milhões de metros cúbicos. As autoridades locais já calcularam que a construção do gasoduto e de uma usina de liquefação de gás natural proporcionará cerca de 400 bilhões de dólares ao orçamento estadual do Alasca. Estes planos otimistas podem ser destruídos por ecologistas, porque a extração de gás xistoso, desenvolvida dinamicamente nos últimos tempos pelos Estados Unidos, é potencialmente perigosa para o meio ambiente, sendo proibida por lei em alguns países da Europa.
Após o acidente no golfo do México, a campanha BP é um dos alvos principais das críticas dos ambientalistas nos Estados Unidos. O desleixo cometido pela BP e seus parceiros durante a perfuração de um poço de petróleo causou a maior catástrofe ecológica na história dos Estados Unidos. Se surgirem quaisquer suspeitas de que a exploração da jazida em Point Thompson possa prejudicar o ecossistema do Alasca, os ecologistas encontrarão métodos para suspender o projeto, afirma Aleksei Knijnikov:
"A extração de gás será efetuada no norte do Alasca. Naquela região, os riscos económicos são tão altos que os ecologistas tanto nos Estados Unidos, como em todo o mundo têm muitas perguntas, considerando por enquanto prematuro começar os trabalhos em condições climatéricas tão complexas. Por isso, as reivindicações ecológicas podem tornar problemático o transporte de gás a partir do Alasca".
Nos Estados Unidos, o lobby ecológico pode influir nos maiores e mais lucrativos projetos. O último caso são os acontecimentos em torno do gasoduto do Canadá para os Estados Unidos. Os ecologistas conseguiram que fosse proibida a construção do troço do gasoduto através do estado do Nebraska.
FONTE: Voz da Rússia
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