Especialistas de alto nível se reuniram nesta semana no Fórum Nacional, coordenado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, com o objetivo de promover uma análise de conjuntura para prospectar o futuro, antevendo, assim, as diversas tendências previstas para as empresas nacionais, os investimentos públicos e a correlação de força dos governos.
A temática deste ano excedeu as expectativas diante da atração central escolhida para, em torno dela, concentrar os estudos segmentados: a economia do conhecimento. Essa concepção econômica permitiu o delineamento de, pelo menos, dez grandes áreas de empreendimentos produtivos no País, que podem encontrar sua era de oportunidades em meio às condicionantes da crise financeira internacional.
O Fórum Nacional é pluralista em aceitar opiniões, sendo rico em contribuições voltadas para superar as dificuldades apresentadas pela economia brasileira, em razão de fatores dependentes e dos embaraços impostos pelos mercados compradores, inibindo seu comércio externo. O evento foi aberto com uma análise sobre as três grandes concepções da história econômica, traduzidas em grandes projetos nacionais executados nos períodos dos governos Vargas, Kubitschek e Geisel.
Além das premissas desse enfoque histórico, houve também uma projeção dos resultados econômicos alcançados no período compreendido entre os anos 80 e o início do século XXI, quando a geração de brasileiros não viu o País crescer em termos de renda "per capita". Nessas duas décadas, a renda nacional dividida pelo conjunto da população resultava em 0,4% ao ano. Fatores variados contribuíram para essa sequência de insucessos.
As estatísticas comprovam haver nesta década a ocorrência da retomada do crescimento, influenciado pelo mercado interno, até então, subestimado. O Brasil passou a registrar taxas de crescimento anual de 5%, até a chegada da recessão internacional, afetando em cheio a economia nacional no segundo trimestre de 2008. Daí o prenúncio do crescimento entre 3% a 4%, neste ano, pelo recrudescimento da crise.
A discussão em pauta é sobre como suplantar os fatores externos inibidores do crescimento interno. O Fórum propõe, para tanto, um modelo de desenvolvimento, capaz de gerar, de modo gradual, uma nova fase de grandes oportunidades. Para essa mudança de paradigma, o essencial é a decisão política para fazê-la, além da adesão dos agentes econômicos.
A adoção do modelo impõe levar todas as formas de conhecimento aos setores econômicos, neles englobando agrobusiness e mineração. Paralelamente, essa difusão alcançaria igualmente as várias camadas sociais, incluindo as de baixa renda, para evitar as exclusões. O mais importante viria com a necessidade de, a partir do pré-sal, construir um complexo industrial e de serviços para dar ao País a dimensão de grande produtor de petróleo e gás, além de pesquisas setoriais. Ainda se deve tentar melhor aproveitamento da biodiversidade.
A potencialidade econômica brasileira é reconhecida como extraordinária, mas precisa ser explorada tecnicamente e que toda sua população partilhe os benefícios dessa riqueza.
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1050161
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